Até aonde o amor pode ir?


"Sem saber amar não adianta amar profundamente."
William Shakespeare

Filme Amor?Na prática clínica ouve-se vivências diversificadas e é muito comum relatos que apresentam a linha tênue deste verbo infinitamente complicado de se conjugar. Ao consultar o dicionário Aurélio fiquei surpresa com a definição da palavra paixão: s.f. Movimento violento, impetuoso, do ser para o que ele deseja. / Atração muito viva que se sente por alguma coisa. / Objeto dessa afeição. / Predisposição para ou contra. / Arrebatamento, cólera. / Amor, afeição muito forte. Interessante observar que em algumas situações o amor e o ódio se mesclam ou intensamente ou eventualmente, mas, geralmente caminham juntos. 

A maioria daqueles que já tiveram um relacionamento amoroso sabem que a vida real não é como um "comercial de margarina", a convivência apresenta uma série de diferenças (pensamentos, interesse, criação, metas pessoais entre outros) que em alguns momentos geram conflitos. Estes podem viabilizar um movimento construtivo se for dentro de um relacionamento saudável ou destrutivo havendo a presença de violência (física ou moral). 
De acordo com Winnicott  "Amor e ódio constituem os dois principais elementos a partir dos quais se constroem as relações humanas. Mas amor e ódio envolvem agressividade. Por outro lado, a agressão pode ser um sintoma de medo. [...] De todas as tendências humanas, a agressividade, em especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos, e quando se manifesta é sempre uma tarefa difícil de identificar suas origens” (2005, p. 93).


O medo, a frustração, o ciúmes e a carência  quando excessivos são pontos que geralmente estão ligados as relações patológicas e o filme brasileiro "AMOR?" (lançado em 2011) traz oito depoimentos representados com imensa vivacidade por atores (Julia Lemmertz,  Lilia Cabral, Mariana Lima, Fabiula Nascimento, Silvia Lourenço, Leticia Colin, Eduardo Moscovis, Claudio Jaborandy e Angelo Antonio) que filmaram as histórias colhidas numa pesquisa sobre relacionamentos patológicos.   

Em entrevista ao Jornal O Globo o diretor João Jardim relatou: "O filme mostra que não existe exatamente um vilão. Existe um processo que leva as pessoas à violência. Certas relações tiram da gente o que a gente tem de pior. Ás vezes é a combinação de duas pessoas que, de repente, não aconteceria com outros parceiros. Há também casos que as pessoas se viciam num tipo de relação que envolve opressão. E tudo isso vale tanto para mulheres quanto para  homens". O filme é intenso, as interpretações são perfeitas e te deixa mexido do começo ao fim com os avessos das relações (em diferentes doses) que existem ao nosso redor. 


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