Há algo que paralisa mais do que o medo?


medo
        O último mês do ano é sempre um momento própricio para fazermos um bom balanço geral de tudo que passou, o que conseguimos tirar do papel, o que faltou um pouco mais de energia para concretizarmos e aquilo que ficou somente na lista dos desejos feita lá em dezembro de 2012. Eu estava renovando minha lista, comecei a refletir sobre os itens e fiquei feliz em perceber os pequenos, mas, importantíssimos avanços conquistados, pois muitas vezes queremos grandes coisas e esquecemos que paciência, confiança e intuição formam a base para materializarmos nossos sonhos. E aqueles quereres que não estão na lista? Aquilo que você não se achou capaz, aquela coisa que o medo e a insegurança não permitiram que você ao menos exteriorizasse sua vontade? Pode parecer besteira, mas, somos permeados por mais incertezas do que clarezas.

"...Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Tenho medo de parar e medo de avançar (...)
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo..."  
(Miedo - Lenine)

      Há algo que paralisa mais do que o medo? Como diz Lenine na música acima em certas circunstâncias o medo deixa de ser uma resposta instintiva natural que visa a proteção de um perigo real e torna-se uma amarra, aprisionando toda a subjetividade. Não há otimismo ou criatividade que consiga ser expressada genuinamente quando estamos acorrentados. Além disso, há duas "manifestações" do medo bem conhecidas no nosso dia a dia: A angustia e a ansiedade. 

         Segundo Dalgalarrondo (2008), a ansiedade é um estado de desconforto, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável com manifestações somáticas e fisiológicas (taquicardia, sudorese, tontura, tremores). Já a angústia geralmente refere-se a uma vivência relacionada ao passado com grande conotação corporal (sensação de aperto no peito e na garganta por exemplo). Isso demonstra como somos diretamente mobilizados psicologicamente e até fisicamente por fatores internos/externos, situações que surgem diariamente e que cabe apenas a nós transcendermos.   Outro dia estava passando na tv o filme Rocky Balboa e em uma cena o filho do Rocky tenta convencê-lo a não lutar, dizendo que o envergonharia e que o pai era o culpado pelo insucesso dele. Depois de assistir este  diálogo eu fiquei imaginando o quanto nos afastamos de nós mesmos por medo e muitas vezes criamos desculpas pela falta de realização ou frustração. 
      Neste novo ano que se iniciará desejo a todos vocês (e me incluo nisto) coragem para os obstáculos reais e superação para as barreiras criadas por nós mesmos. 

Steve Jobs
Leia mais:

A angústia e a ansiedade na psicopatologia fundamental autor: Alfredo Simonetti ( dissertação de mestrado)

Referência Bibliográfica:

Dalgalorrondo, P. (2008) Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais (p. 166)
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