Nem Dilma, Nem Aécio!


Debate político 2014
Passei toda as eleições de 2014 sem me pronunciar, entretanto, estou extremamente indignada. Não com o resultado das apurações para a presidência da República, mas com a imbecilidade da população. A impressão é que parecemos cães correndo atrás do próprio rabo. Quando acontece algo diferenciado que parece nortear mudanças como as paralizações do ano passado, as ações seguintes são dignas de deboche. Para piorar muitos eleitores resolvem voltar ao tempo das cavernas, com ações tipicamente xenofóbicas como se fosse resolver toda a situação.

No jornal da manhã foi claramente dito que a maioria de votos para a Dilma não foi só na região Nordeste, nos grandes centros urbanos como MG e RJ ela também alcançou maior porcentagem na disputa. Então porque que nas midias sociais tantas pessoas ficam com um discurso preconceituoso e opressor? Quem elegeu o Sudeste como modelo hegemônico do país? Quer culpar alguém por todo o cenário?
Para refletir...

Culpabiliza aquele que mata no trânsito, quem desvia dinheiro da educação, da saúde, da habitação, quem suborna os policiais quando é pego fazendo algo ilicito, o vizinho que varre o lixo pra sua calçada, aquele que espanca homossexuais, aquele que não dá lugar para o idoso no transporte público, aquele que fura a vila, qualquer fila porque se acha mais esperto do que aqueles que estão esperando corretamente em seus lugares, o bom filho que agrediu a professora porque ela pediu silêncio para dar aula, o boyzinho burguês que agrediu uma doméstica e tentou se justificar dizendo que achava que era um travesti, aos lideres religiosos que cultivam o ódio, a discórdia, o preconceito, o sujeito que estaciona na vaga reservada para idosos e pessoas com deficiência... enfim tá tudo errado!

Desde criança vejo os governos se alternando em PSDB e PT, como se fosse o bem contra o mal ou vice-versa quando sabemos que não existe solução pronta. Tudo, eu disse tudo precisa ser revisto, inclusive o nosso modo de ver e fazer a politica que não acontece só em Brasilia, mas nas relações do dia a dia. REFORMA POLITICA JÁ! Ufaaa ‪#‎prontofalei‬

Imagens extraidas:

Efeito Matrix: Realidade ou ficção?


efeito matrix
Na quinta feira passada acordei atrasada, rapidamente me arrumei e fui para o ponto de ônibus a caminho do trabalho ainda sonolenta. A frente do ponto há um mercadinho, de lá eu vi sair um homem que estava indo em direção a um carro com um bebê e pães. Imediatamente eu pensei "nossa, já vi essa cena antes" e em seguida vi uma moça loira descendo a rua para minha surpresa. O moço e a loira eu vejo com certa frequência, porém com a diferença de uns 10 minutos entre eles e era a primeira vez que eu os via simultaneamente. Admirada com a situação logo lembrei do filme Matrix onde há uma cena onde o Neo é informado que o famoso "Deja vu" é resultado das falhas na Matrix (realidade virtual). Não duvido da veracidade do ocorrido, porém, ao lembrar da famosa cena e da reflexão que o filme proproe fui tomada por uma inquetação imensa pelo seguinte questionamento (relembrando a dúvida metódica de Descartes): Será que realmente existe uma realidade paralela a nossa?

No filme o ser humano buscou a alta tecnologia exaustivamente até alcançar um grau inimaginável: a Inteligência Artificial. Transcorrido o tempo, o criador torna-se refém da criatura, há a total inversão dos papéis e o homem é reduzido a uma simples fonte de energia. A máquina ganha o controle, o humano torna-se um mero espectador de um cenário maior, puramente mecanicista. O inesperado, lugar fértil para as ricas incertezas da vida, deixa de existir. A criticidade abre espaço para a alienação em massa e no mundo dos homens tudo passa a ser calculado, esperado, previsível, assim como nós inocentimente idealizamos.

despreocupadaSerá que existe alguma analogia com o tramite da humanidade? Quando ligamos no "automático" e temos uma rotina a espera por algo estático, constante, repleta de conformismo não soa como alienação? Será que meu questionamento foi trazido pela vaga sensação de previsibilidade que surgiu naquele momento sonolento? Bom, o ônibus que eu estava esperando não passou no horário (não completando a sequencia do deja vu), então, tive que mudar meu trajeto e enquanto eu caminhava para o outro ponto suspirei ironicamente dando fim àquela reflexão tão densa: "Ufa... ainda bem que tudo foi só um devaneio... na minha realidade o ônibus atrasa".

Violência e Caos: The Joker

Joker e Batman
Why so serious?

Todos os dias somos bombardiados por notícias sobre todo tipo de violência por todos os meios de comunicação e embora eu não assista mídias sensacionalistas, as vezes fico extremamente chocada com algumas delas. Geralmente o incomodo vem, fica por uns dias depois passa até ver uma próxima manchete. Uma vez meu pai me viu imensamente triste e lembrou uma passagem de São Francisco de Assis que diz " Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra". Na época eu era mais nova e não aceitei muito o conselho, pois soou como conformismo de fonte religiosa. Alguns anos se passaram e hoje posso apreciar melhor estas palavras com um pequeno desconforto em alguns momentos.

Olhe nos meus olhos sou ser humano
De acordo com  o dicionário Aurélio o termo violência significa: Qualidade ou caráter de violento. / Ação violenta: cometer violências. / Ato ou efeito de violentar. / Opressão, tirania: regime de violência. / Direito Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém. Quando cito este termo não estou me referindo somente aos homicídios, latrocínios diarios, mas, a algo mais amplo que gera em larga escala uma série de situações de opressão, constrangimentos e tirania. Pois não podemos nos esquecer das mais diversas situações de violência que convivemos no nosso cotidiano: ter um péssimo sistema de transporte público onde milhares de pessoas todo os dias se acotovelam e ficam espremidas no metrô da nossa cidade, ter que sair apressadamente depois da aula porque no ponto de ônibus tem assaltos frequentes, não poder contar com um sistema de saúde de qualidade, ver o aumento desenfreado de moradores de rua, mensalões, sequestros, jovens ostentando o luxo e a vida criminosa,  professores sendo ameaçados ou agredidos por alunos entre outros.

Refleti muito sobre isso e o personagem "Coringa" do filme "O cavaleiro das Trevas" interpretado brilhantemente por Health Ledger surgiu como a personificação perfeita da violência e do caos. Não quero aqui analisar o personagem, mas me utilizar de todos os sentimentos mobilizados diante das barbaries realizadas pelo criminoso, pois é essa sensação de horror que convivemos diariamente. Não podemos nos esquecer que tanto no filme quanto na vida real a violência é o resultado de um ciclo caótico mantido por um Estado enfraquecido,  para não citá-lo como ausente. 
O personagem Coringa retrata a crueldade, perversidade, psicopatia sempre com um sorriso sádico e aterrorizador na face, em resumo o lado mais doentio do ser humano. Durante o filme ele traz a seguinte fala:  “A loucura é a saída de emergência”. As vezes chego a pensar que somos comprimidos, compelidos o tempo todo a este estado de emergência e buscando manter o mínimo de saúde mental necessário eu retorno para a sábia frase de São Francisco de Assis, pois, os tempos são outros mas a humanidade ainda tem muito o que aprender.
Veja também:

Filhos: o reflexo de uma continuidade

                     Como deve ser olhar para alguém e se ver idêntico a outra pessoa? 
          Foi esta pergunta que me veio a mente quando eu vi o filhinho de um amigo que havia encontrado uma velha foto do pai quando pequeno e jurava que era ele mesmo.
       Desde pequena pensava que deveria ser um barato ter um irmão gêmeo, eu achava muito legal poder ver alguém a sua semelhança todos os dias e poder ter companhia 24horas. Quando eu tinha uns 13 anos os cientistas ingleses fizeram a clonagem da ovelha Dolly, não se falava em outra coisa e eu pensava "... melhor do que ter irmão gêmeo é ter um clone!" Até a novidade científica virar tema de novela e por meio da dramaturgia eu ter percebido que um clone não seria "você" duplicado, mas sim um outro com desejos, vontades, medos totalmente diferentes e aí eu tive que me contentar com a minha "singularidade".
          O tempo passou e hoje observando os filhos de pessoas próximas fiquei maravilhada com o sentido que a maternidade/paternidade traz ao ser humano.  Além do clássico conceito de ter alguém que vai "levar o nome da família adiante", um bebê proporciona algo único para os avós e para os pais: atualização simbólica e concreta. 
Gabriela Duarte
Regina, Gabriela Duarte e a neta Manuela
      O DNA não é a única coisa transmitida hereditariamente, em muitos casos crianças que não conheceram o pai ou o conheceram apenas por um curto espaço de tempo, por exemplo, tem trejeitos idênticos. As semelhanças físicas também são curiosas, as crianças possuem traços dos genitores e esta característica possivelmente surgiu para que houvesse facil identificação entre os demais bebês do "bando", pois este seria um igual, facilitando o processo de empatia e zelo.
      Sublime deve ser observar algo teu em outra pessoa, um gesto, a fala, o contorno dos olhos, o jeito de andar. Em um primeiro momento é quase uma miniatura sua e com o passar do tempo toma formas diferentes, gostos, receios e escolhas próprias.
        Uma vez ouvi uma mãe dizendo que um filho é a maior obra divina existente e percebendo a magnitude disso é impossível não ver que nela (obra divina) há uma parcela genuína e outra adquirida por meio das relações estabelecidas com o ambiente que a cerca.  Certamente o avô vê sua continuidade no filho e especialmente no neto. Ao olhar este novo membro da família a sua infância também é revivida e com ela todas as passagens. O ciclo da vida fica evidente e a noção de finitude também o cerceia: começo e fim convivendo ao mesmo tempo, unidos pelas belas surpresas do universo.


Veja também:

Escola: E agora?

“Há escolas que são gaiolas." (Rubem Alves) 




We don't need no education                                        Nós não precisamos de nenhuma educação
We don't need no thought control                               Não precisamos de controle mental
No dark sarcasm in the classroom                              Chega de humor negro na sala de aula
Teachers leave them kids alone                                 Professores, deixem as crianças em paz
Hey! Teacher! Leave them kids alone!                      Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!
All in all, you're just another brick in the wall          Todos são somente tijolos na parede

All in all, it's just another brick in the wall              Tudo era apenas um tijolo no muro
(Pink Floyd - Another Brick In The Wall)


Há alguns dias atrás eu participei de uma destas provas de avaliação de desempenho em uma escola de Ensino Médio e Fundamental. Confesso que foi uma experiência estranha, pois eu não tinha em minhas lembranças o tamanho do caos que esta instituição alcançou. A primeira coisa que me incomodou foram as grades, cadeados e salas de aulas com portas de ferro sem maçanetas; as escadas que separavam os andares tinham grades fechadas por cadeados criando um ambiente totalmente reclusivo. 

Inevitavelmente a música Another brick in the wall da banda Pink Floyd citada acima me veio a mente com suas batidas marcantes e uma sensação de angústia e tristeza. A pergunta que soava na minha cabeça era a seguinte: "Se nossas crianças de hoje serão o futuro de amanhã como podemos entregá-las a este modelo instituicional falido e fadado ao fracasso?" Ao passar entre um dos corredores ouvi as palavras desesperadas de um professor que buscava conscientizar seus alunos da importância dos estudos. E ele disse mais ou menos assim: " quem não tem estudo e entrega seu destino na mão de uma minoria não terá dignidade, não fará valer os seus direitos, muito menos respeito... e rapidamente será massa de manobra ou  reserva de mão-de-obra desqualificada". A sentença caiu feito um piano sobre mim, ampliando a realidade e mostrando um ponto de vista que embora pareça macabro é o amanhã que será destinado a maioria da população se continuarmos assim. Em outro corredor a coordenadora tentava controlar os alunos aos berros com uma postura rídiga e opressora, fazendo inveja até ao capitão Nascimento do filme BOPE. Ficou claro diante daquela situação que ela estava fazendo o melhor que podia, entretanto sem levar em consideração que este "militarismo" todo com um toque de perversidade é apenas uma demonstração da falsa sensação de controle temporário frente a grandes conflitos, principalmente com adolescentes.

Pinóquio às avessasConversando com uma colega sobre esta vivência na escola ela me indicou um livro muito bacana "Pinóquio as Avessas: uma estória sobre crianças e escolas para os pais e professores" de Rubem Alves (pedagogo, filosofo, escritor e psicanalista), uma das figuras mais respeitadas no Brasil.  O autor recriou a  história de Pinóquio, o famoso boneco de madeira que ganha vida, mas nesta versão ele aponta para o perigo que correm as crianças ingressantes em escolas que não levam em consideração as habilidades e o potencial criativo de seus alunos, tentando a todo custo enquadrá-las num sistema educacional sufocante, anacrônico e conservador. Justamente por isso o conto é apresentado "às avessas" para provocar uma reflexão que suscite mudanças significativas em favor de uma educação edificante, que preserve no ser humano a capacidade de sonhar, de criar, de transformar, de se realizar.

Dentro deste contexto é impossível não lembrar do famoso livro "Vigiar e Punir" de Michel Foucault onde ele descreve a raiz do processo de disciplinarização contida em diferentes instituições (escola, hospital, quartéis). De acordo com a colunista da Revista Cult Maria Rita de Assis Cesar "O nascimento da chamada escola disciplinar se deu em um período de intensas modificações nas estruturas de poder, as quais deram origem ao aparato social e político que Foucault denominou “sociedade disciplinar”. Dentre todas as instituições disciplinares, a escola possui a maior abrangência, pois é nela que os indivíduos passam a maior parte da sua formação, até que estejam prontos para a vida adulta. Por sua vez, a disciplina no interior da instituição educacional não se restringe ao corpo, pois ali também ocorre a submissão dos conhecimentos à disciplina institucional, isto é, a escolarização dos saberes.  A passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de controle permite entender as mudanças pelas quais a instituição escolar vem passando desde a última década a fim de tornar-se a instância de produção do novo sujeito moral, o sujeito flexível, tolerante e supostamente autônomo, requerido pelas novas modulações do controle que gravitam entre o Estado e o mercado neoliberal. Nesse processo, tornaram-se decisivas novas tecnologias informacionais, nutricionais, educativas e físicas, as quais se destinam a ampliar as capacidades corporais e cognitivas dos indivíduos, que devem se tornar empreendedores de si mesmos".

Para terminar deixo uma passagem do livro de Rubem Alves para refletirmos se vamos continuar a ter escolas que "são gaiolas ou escolas que são asas":


" Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. 
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, 
o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. 
Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. 
O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. 
Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. 
O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."


Saiba mais:

Ebook do livro Pinóquio as Avessas: uma estória sobre crianças e escolas para os pais e professores  clique aqui

Biografia de Rubem Alves clique aqui

Michel Foucault, um critico da instituição escolar
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/critico-instituicao-escolar-423110.shtml

Pensar a educação depois de Foucault
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/pensar-a-educacao-depois-de-foucault/

Letra completa da música: Another Brick in the wall
http://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html

Veja também:

Ao preencher um formulário hoje me vi diante de uma pergunta que me fez parar para pensar:


QUEM EU SOU?




Que pergunta complexa para um mero formulário. Mais fácil responder como estou... pois só sei que estou em um momento de transformação e descobertas... descobertas sobre mim... sobre o que realmente me importa... o que devo me apegar com afinco... nas minhas reais habilidades e defeitos...

ah sim...eles estão aqui tbm rs Aprender que nos enganamos com as pessoas... assim como nos enganamos com nossos desejos... ID... EGO.. SUPEREGO... é tudo uma questão de equilíbrio... já se sabe... mas tem hora que sou Id outrora Ego... ultimamente ando feito criança mimada (olha o id ai de novo)... eu querooo eu querooo eu querooo e a realidade me diz... depois... depois... depois 

Todas as cartas de amor são ridículas

Petrus escreve a Rosa:
 "... Ouvindo um jazz bem piano bar, remoendo figuras e acontecimentos do passado... tentando constatar num cigarro algum refúgio... esperando que a tarde morna, de seu frágil timido azul, sugira alguma ação. E num talvez, no advir da noite, suscite-se alguma emoção. Que horas apó horas cintile esse tédio... enfim... nada substitui estar com você... minha rosa..." 

Rosa responde a Petrus: 
“...Meu pensamento em você é como um andarilho que mesmo percorrendo lugares diferentes vez em outra se depara com paisagens e rostos familiares que o remetem ao seu verdadeiro lugar...”

Anos depois diante de uma das surpresas da vida... Rosa escreve:
"...Meu amor, fiquei tão preocupada contigo. Eu te amo tanto... tenho muito medo de te perder"

Petrus responde de um leito do hospital:
"Fique tranquila meu amor, estou em plena paz e muito feliz de ter você ao meu lado... então tenha um dia tranquilo e sem nenhuma angústia"



Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios

Colombo procurou as Índias mas a Terra avistou em você

O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
(All Star- Nando Reis)