Atualmente tem sido observado um alto indice de afastamentos médicos ou absenteísmo por adoecimento devido aos conflitos vivenciados no ambiente de trabalho. A maioria desconhece que grande parte das situações prejudiciais a qualidade de vida no ambiente laboral são derivadas do Assédio Moral. De acordo com Márcia Novaes Guedes, juíza de ações trabalhistas e autora do livro Terror Psicológico no Trabalho: o termo "Mobbing, assédio moral ou terror psicológico no trabalho são sinônimos destinados a definir a violência pessoal, moral e psicológica, vertical, horizontal ou ascendente no ambiente de trabalho. O termo mobbing foi empregado pela primeira vez pelo etiologista Heinz Lorenz, ao definir o comportamento de certos animais que, circundando ameaçadoramente outro membro do grupo, provocam sua fuga por medo de um ataque..."
No Assédio Moral o agente busca a degradação das condições pessoais no trabalho, acarretando efeitos negativos a integridade física ou psiquica do funcionário. Este assunto tem ganhado tal relevância que a Organização Mundial de Saúde apresentou em 2002 um quadro contendo as principais diferenças entre conflitos saudáveis e situações de assédio, veja abaixo:
Em pesquisas recentes também foram identificados os principais fatores que colaboram para este triste cenário. São eles: Gerenciamento autoritário, grande carga de trabalho com número insuficiente de colaboradores e muitas linhas de comando. Também é possível observar ataques ao funcionário sob a seguinte forma:
- Humilhação ou Rebaixamento;
- Instigação de colegas contra a vítima;
- Provocação ou Ridicularização;
- Abuso verbal;
- Indução ao pedido de demissão;
- Designição de tarefas sem sentido ou perigosas;
- Negação ou omissão a informações essenciais;
- Monitoramento excessivo;
- Sobrecarga de trabalho com prazos impossíveis.
Este video acima é o trecho da série Familia Dinossauros, onde o Dino (pai de família e arrancador de árvores) tenta pedir aumento ao seu chefe, Sr. Richfield. A cena traz um superior autoritário, com perfil assediador ao extremo. O programa é cômico, mas, já dá pra ter uma ideia de uma situação onde há alguns dos pontos citados a pouco. Este tipo de Assédio pode gerar enúmeros quadros com complicações comportamentais, físiológicas e psicossomáticas conforme pode ser visto abaixo (Organização Mundial de Saúde, 2002):
Quadro "O grito" |
Além disso, não podemos nos esquecer que as pessoas que convivem com a vitima também são afetadas, pois geralmente o assédio causa tamanho sofrimento que traz impactos (diretos ou indiretos) na vida social, como por exemplo:
- Auto exclusão da vida social;
- Queixas frequentes de desconforto físico e psicologico;
- Descumprimento das obrigações sociais;
- Distanciamento das relações familiares;
- Dificuldade para se qualificar para outros trabalhos;
- Intolerância frente a problemas familiares;
- Problemas matrimoniais;
- Crises ansiosas;
- Explosão de raiva ou violência.
- Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
- Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
- Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
- Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
- Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
- Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).
- Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
- Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.
Site sobre Assedio Moral com informações e cartilhas sobre o tema:
http://www.assediomoral.org/spip.php?rubrique68
Matéria publicada no portal do servidor público - SENADO:
http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/jornal101/comportamento_assedio_moral.aspx
Cartilha do Ministério da Saúde:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Cartilhamoral.pdf
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